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Split Payment: O Que é, Exemplos e Como Vai Impactar o Fluxo de Caixa da Sua Empresa

02 junho, 2025

 

Se você ainda não ouviu falar em split payment, é hora de prestar atenção. Essa é uma das mudanças mais impactantes trazidas pela nova Reforma Tributária brasileira e promete mexer diretamente com o fluxo de caixa, a forma de pagar tributos e o modelo financeiro das empresas nos próximos anos.

Neste artigo, quero explicar de forma clara o que é o split payment, como ele vai funcionar no Brasil e o que sua empresa precisa fazer para se preparar.


O que é Split Payment?

Split Payment significa, literalmente, “pagamento dividido”. É um modelo de arrecadação de tributos em que os impostos são recolhidos automaticamente no momento em que a transação financeira acontece — ou seja, quando o cliente paga pela compra, parte do valor já é separado e enviado diretamente ao governo.


Como funciona hoje:

Hoje, sua empresa:

  1. Emite a nota fiscal com os tributos embutidos
  2. Recebe o valor total do cliente (com impostos incluídos)
  3. Usa esse caixa livremente (inclusive os tributos)
  4. Só depois apura, gera as guias e recolhe os impostos

Com o split payment:

A jornada muda completamente:

  1. Você emite a nota fiscal com os novos tributos (CBS e IBS)
  2. O cliente paga, mas parte do valor já vai direto para o governo
  3. Sua empresa recebe apenas o valor líquido da operação
  4. Não há mais controle sobre o caixa que envolve tributos — eles são recolhidos automaticamente

Exemplo prático:

Imagine que sua empresa vende um produto por R$ 1.000
Alíquota total de impostos (CBS + IBS): 25% (estimado)

Antes:

  • Cliente paga R$ 1.000
  • Sua empresa recebe R$ 1.000
  • Você recolhe R$ 250 no fim do mês

Com o split:

  • Cliente paga R$ 1.000
  • R$ 250 vão direto para o governo
  • Sua empresa recebe R$ 750 na hora

Impacto direto no fluxo de caixa

Esse modelo muda completamente a forma como sua empresa administra capital de giro.

Desafios que já prevejo:

  • Menos caixa disponível no curto prazo
  • Dificuldade para honrar compromissos fixos com o valor cheio
  • Impacto em contratos com prazo de recebimento longo
  • Necessidade de replanejar linhas de crédito, limite de bancos e gestão de contas a pagar

E mais: empresas que hoje “contam” com o valor do imposto como parte do caixa — mesmo que por alguns dias — terão que rever toda a lógica financeira.


Alerta: quem mais vai sofrer?

  • Empresas com prazo médio de recebimento longo (ex: serviços com parcelamento)
  • Negócios com alto volume de vendas, baixa margem e alto giro
  • Setores que dependem fortemente de fluxo de caixa diário, como varejo, distribuição e e-commerce
  • Empresas com baixo nível de organização financeira

O lado positivo

Apesar do impacto, o split payment pode trazer mais previsibilidade fiscal, reduzir o risco de autuação e acabar com a inadimplência tributária forçada, onde empresas usam impostos para financiar a operação e depois parcelam em programas como Refis.


O que fazer agora?

Aqui vai meu checklist prático para começar a se preparar:

  1. Atualize seu ERP (SAP Business One) com suporte ao novo modelo fiscal
  2. Revise seus fluxos de caixa projetado e realizado
  3. Simule cenários com split payment (impacto por cliente, por produto e por condição de pagamento)
  4. Converse com o setor financeiro e bancário sobre limites e crédito
  5. Reavalie contratos de longo prazo com cláusulas de reajuste
  6. Eduque sua equipe (inclusive vendedores e contas a receber) sobre a nova lógica financeira

Conclusão

O split payment não é apenas uma mudança contábil — é uma nova forma de operar financeiramente no Brasil. E quem se preparar agora, além de evitar sustos no caixa, terá vantagem competitiva nos próximos anos.

A Reforma Tributária não é opcional, mas a forma como você lida com ela pode ser uma alavanca poderosa de organização, eficiência e crescimento sustentável.


👉 Quer entender como o SAP Business One pode ajudar sua empresa a se preparar para o split payment e a Reforma Tributária?
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