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Split Payment: O Que é, Exemplos e Como Vai Impactar o Fluxo de Caixa da Sua Empresa
Se você ainda não ouviu falar em split payment, é hora de prestar atenção. Essa é uma das mudanças mais impactantes trazidas pela nova Reforma Tributária brasileira e promete mexer diretamente com o fluxo de caixa, a forma de pagar tributos e o modelo financeiro das empresas nos próximos anos.
Neste artigo, quero explicar de forma clara o que é o split payment, como ele vai funcionar no Brasil e o que sua empresa precisa fazer para se preparar.
O que é Split Payment?
Split Payment significa, literalmente, “pagamento dividido”. É um modelo de arrecadação de tributos em que os impostos são recolhidos automaticamente no momento em que a transação financeira acontece — ou seja, quando o cliente paga pela compra, parte do valor já é separado e enviado diretamente ao governo.
Como funciona hoje:
Hoje, sua empresa:
- Emite a nota fiscal com os tributos embutidos
- Recebe o valor total do cliente (com impostos incluídos)
- Usa esse caixa livremente (inclusive os tributos)
- Só depois apura, gera as guias e recolhe os impostos
Com o split payment:
A jornada muda completamente:
- Você emite a nota fiscal com os novos tributos (CBS e IBS)
- O cliente paga, mas parte do valor já vai direto para o governo
- Sua empresa recebe apenas o valor líquido da operação
- Não há mais controle sobre o caixa que envolve tributos — eles são recolhidos automaticamente
Exemplo prático:
Imagine que sua empresa vende um produto por R$ 1.000
Alíquota total de impostos (CBS + IBS): 25% (estimado)
Antes:
- Cliente paga R$ 1.000
- Sua empresa recebe R$ 1.000
- Você recolhe R$ 250 no fim do mês
Com o split:
- Cliente paga R$ 1.000
- R$ 250 vão direto para o governo
- Sua empresa recebe R$ 750 na hora
Impacto direto no fluxo de caixa
Esse modelo muda completamente a forma como sua empresa administra capital de giro.
Desafios que já prevejo:
- Menos caixa disponível no curto prazo
- Dificuldade para honrar compromissos fixos com o valor cheio
- Impacto em contratos com prazo de recebimento longo
- Necessidade de replanejar linhas de crédito, limite de bancos e gestão de contas a pagar
E mais: empresas que hoje “contam” com o valor do imposto como parte do caixa — mesmo que por alguns dias — terão que rever toda a lógica financeira.
Alerta: quem mais vai sofrer?
- Empresas com prazo médio de recebimento longo (ex: serviços com parcelamento)
- Negócios com alto volume de vendas, baixa margem e alto giro
- Setores que dependem fortemente de fluxo de caixa diário, como varejo, distribuição e e-commerce
- Empresas com baixo nível de organização financeira
O lado positivo
Apesar do impacto, o split payment pode trazer mais previsibilidade fiscal, reduzir o risco de autuação e acabar com a inadimplência tributária forçada, onde empresas usam impostos para financiar a operação e depois parcelam em programas como Refis.
O que fazer agora?
Aqui vai meu checklist prático para começar a se preparar:
- Atualize seu ERP (SAP Business One) com suporte ao novo modelo fiscal
- Revise seus fluxos de caixa projetado e realizado
- Simule cenários com split payment (impacto por cliente, por produto e por condição de pagamento)
- Converse com o setor financeiro e bancário sobre limites e crédito
- Reavalie contratos de longo prazo com cláusulas de reajuste
- Eduque sua equipe (inclusive vendedores e contas a receber) sobre a nova lógica financeira
Conclusão
O split payment não é apenas uma mudança contábil — é uma nova forma de operar financeiramente no Brasil. E quem se preparar agora, além de evitar sustos no caixa, terá vantagem competitiva nos próximos anos.
A Reforma Tributária não é opcional, mas a forma como você lida com ela pode ser uma alavanca poderosa de organização, eficiência e crescimento sustentável.
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